Há pouco menos de um ano, a Apple lançava no mercado um produto que classificava como “mágico e revolucionário”: o iPad. Certa ou não de sua previsão, o fato é que, de lá para cá, os tablets se tornaram a mais nova febre do mercado. Dezenas de empresas se aproveitaram do hype e lançaram seus modelos, a maioria deles ainda inéditos no país.
Com ciclos de vida cada vez menores, foram necessários 11 meses para que a versão atualizada do iPad chegasse às lojas. Como não poderia ser diferente, o tablet da Apple trouxe diversas novidades para os usuários, com destaque especial para maior capacidade de processamento, mais leveza e espessura reduzida.
Analisamos o iPad 2 64 GB com Wi-Fi na cor branca, modelo ainda indisponível e sem previsão de comercialização no Brasil. Rodando a versão 4.3 do iOS, o tablet acrescenta aos usuários recursos como o Photo Booth e o iMovie, aplicativos já consagrados nos desktops e notebooks da empresa.
Entretanto, vale a pena trocar o seu primeiro iPad pelo novo modelo? O tablet da Apple ainda pode ser considerado a melhor opção do formato disponível no mercado? E, se você ainda não entrou na nova onda do mundo tecnológico, será que vale a pena escolher o iPad 2 como porta de entrada?
Aprovado O que chamou nossa atenção
Processador A5 de 1 GHz
Mais velocidade e melhor definição gráfica com o mesmo consumo de bateria. O avanço pode parecer simples, mas é significativo quando você tem em mãos um aparelho sensivelmente mais veloz e capaz de obter esse desempenho com o mesmo consumo de energia.
O desempenho gráfico, assim como a velocidade de inicialização de programas, impressiona pela evolução. Para se ter uma ideia, testamos o app Infinity Blade, iniciando simultaneamente nas duas versões do iPad. No iPad 2, a tela inicial de jogo foi carregada 8 segundos mais rápido.
A percepção de melhor desempenho não acontece apenas em jogos com gráficos de alta qualidade. Folhear revistas, por exemplo, uma tarefa rotineira para os proprietários de tablets, se torna uma experiência ainda mais agradável, com menos lags entre viradas de página e transição quase imediata.
33% mais fino e mais leve
Embora pesasse 700 gramas, ainda assim muitos usuários do iPad apontaram o seu peso como um ponto negativo, em especial quando carregando o aparelho por longos períodos ou mesmo utilizando-o como leitor para livros ou revistas. E, convenhamos, embora não fosse um fator limitador, com o tempo se tornava incômodo.
O iPad 2 reduz o peso em pouco mais de 100 gramas. São exatos 595 gramas, diferença mais do que suficiente para se tornar perceptível nas mãos do usuário. A sensação de leveza é ampliada com a nova espessura do aparelho, que ficou 33% mais fino.
Em vez de 13,4 milímetros, o iPad 2 reduz essas dimensões para apenas 8,8 milímetros, resultado final considerável tanto para o visual do produto quanto para o seu manuseio.
2 câmeras
Quando o primeiro iPad foi lançado, um dos pontos com maior número de críticas negativas era a ausência de uma webcam. O ponto fraco foi rapidamente aproveitado por diversos concorrentes, já que praticamente todos os tablets lançados em 2010 e 2011 possuíam câmera.
O iPad 2 resolve de uma vez por todas esse problema, trazendo duas câmeras, uma frontal e outra traseira. Embora a resolução de imagem de ambas seja um ponto negativo, a nova funcionalidade permite a utilização de aplicativos como o Photo Booth ou Face Time.
A ferramenta permite não apenas a utilização do tablet para chats e videoconferências, como webcam, mas também disponibiliza funções de câmera fotográfica e filmadora para aqueles que precisam captar imagens cotidianas e que não requeiram altas resoluções.
Disponível em duas cores
Usualmente, a Apple não costuma lançar no mercado opções diferenciadas de cores para os seus produtos. Se há muito tempo os usuários clamavam por uma versão na cor branca do iPhone, algo que se tornará realidade com o lançamento do iPhone 5, o iPad 2 surpreendeu ao disponibilizar duas versões: branca e preta.
A versão que analisamos é na cor branca. Embora o aparelho esteja mais leve, o simples fato de as bordas do tablet serem brancas minimizam o contraste, se mostrando mais sutis e contribuindo para que o usuário tenha uma melhor percepção de leveza do produto.
Smart Cover
Durante a apresentação do iPad 2, um dos itens que mais chamou a atenção não foi o visual do tablet em si, mas um coadjuvante tão importante que foi capaz de roubar a cena. As smart covers, disponíveis em dez cores, servem tanto como suporte para o aparelho quanto como capa de proteção.
A integração com o tablet é perfeita. Basta encostar a capa na lateral do aparelho para que a indução magnética se encarregue de encaixá-lo com facilidade. Quando dobrado, a smart cover funciona como um suporte, permitindo que o gadget fique apoiado e em pé sobre a mesa.
Quando fechada, a smart cover funciona ainda como um elemento de ativação do aparelho, colocando-o em modo de espera sempre que a totalidade dos imãs toca a tela. Por ter completa aderência à superfície, a capa garante ainda maior limpeza do display.
Mesmo preço nos EUA (e possivelmente no Brasil)
Embora muitos considerem o iPad um aparelho caro, esse conceito não é verdadeiro se levarmos em consideração o mercado norte-americano, foco principal de vendas da Apple. Por US$ 499, menos de R$ 1 mil, é possível encontrar o modelo mais simples do tablet (Wi-Fi e 16 GB).
Para o iPad 2, a Apple manteve os mesmos preços da versão anterior, e é bem provável que no Brasil o tablet chegue às lojas pelo mesmo preço. A estratégia assustou até mesmo a concorrente Samsung, que recuou em sua política de lançamentos e decidiu equiparar o preço do Galaxy Tab 2 ao portátil da empresa da Maçã.
Se analisarmos friamente, pelo preço de um iPad 2 nos Estados Unidos, é possível encontrar notebooks similares ou inferiores em termos de configuração. Infelizmente, essa não é a realidade no Brasil, onde os impostos se encarregam de encarecer o produto.
Duração de bateria
O primeiro modelo do iPad impressionava pela duração de bateria, que muitas vezes poderia durar até 11 horas para uso cotidiano. Mesmo com uma melhor capacidade de processamento e um placa gráfica até 9 vezes mais rápida, o consumo de bateria se manteve nos mesmos níveis.
Num teste de maior estresse, utilizando o YouTube para assistir a filmes, foram precisos quatro longas-metragens, com 1h30 em média cada, para exaurir por completo a bateria do aparelho.
Reprovado Do que esperávamos mais
Ausência de tela retina
Uma das novidades que mais chamou a atenção no lançamento do iPhone 4 e do novo iPod Touch foi a tela retina. A tecnologia utilizada nos aparelhos tornava-os capazes de exibir imagens de melhor qualidade, de maneira mais nítida e brilhante, mantendo o mesmo consumo de energia.
Como uma evolução natural dos portáteis da Apple, esperava-se que a tela retina estivesse presente também no iPad 2. Contudo, ela não veio. Sua ausência não faz com que o aparelho funcione de forma pior ou algo do gênero, mas sem dúvida deixa no ar uma sensação de frustração.
Resolução das câmeras
Se as câmeras eram uma necessidade e algo que realmente faltou no primeiro iPad, não se esperava que a correção desse problema deixasse tanto a desejar. As duas câmeras disponíveis no iPad 2 têm resoluções inferiores a 1 megapixel, número muito abaixo do que os smartphones mais simples disponibilizam para os consumidores.
Dificilmente alguém vai utilizar um tablet como máquina fotográfica, de forma que a câmera traseira ter baixa resolução é, de certo modo, compreensível. Todavia, a câmera frontal, destinada em especial para ser utilizada como webcam, com uma resolução abaixo da média, se mostra deficiente em muitos momentos.
Se você estiver em um ambiente com pouca luminosidade, certamente verá seu rosto em uma imagem granulada e com muitas falhas. O resultado final não compromete para uso cotidiano, contudo deixa muito a desejar pelo que se esperava de um tablet com tecnologia de ponta.
Trocar seu iPad não é fundamental
Se você já possui um iPad, não há razão ainda para que você troque seu aparelho pelo modelo mais novo. Sim, o processador é melhor, ele é mais leve e mais fino e conta com duas câmeras. Entretanto, a menos que você queira muito fazer o upgrade ou precise das câmeras, as vantagens são poucas.
Ainda não há aplicativos em abundância com diferenciais para o iPad 2, de forma que tudo o que você faz no primeiro poderá fazer também no segundo. A exceção fica por conta dos aplicativos de foto e vídeo, como o Photo Booth e o iMovie, ambos compatíveis apenas com a nova versão.
Vale a pena? O que nós achamos
A evolução do iPad é inegável. Com processador mais potente, peso menor e espessura reduzida em 33%, o aparelho renova o visual e se firma como a principal referência do mercado em se tratando de tablets.
Com capacidade gráfica e velocidade de processamento aprimoradas, o iPad 2 é compatível com todos os aplicativos da versão anterior, além de milhares de apps para iPhone. As duas câmeras disponíveis acrescentam funções ao tablet, tornando-o compatível com videoconferência, fotografia e captura de imagens.
Embora a resolução de imagem das câmeras deixe a desejar e, de fato, esse seja o ponto mais fraco do iPad 2, as demais melhorias no aparelho, bem como a utilização da versão 4.3 do iOS, o tornam ainda mais veloz, estável e completo. Aplicativos como o iMovie e o Face Booth são outros diferenciais do produto.
Se portabilidade é uma das palavras-chave para definir a que se destina um tablet, sem dúvida a Apple mostra que está pronta para continuar na liderança das vendas nesta geração. Se leveza, velocidade e variedade de aplicativos é o que você procura em um tablet, o iPad 2 se coloca como uma das melhores, se não a melhor, opção do mercado.
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